Escuto uma canção,
fujo do futuro agora...
Perco, sufoco a confusa vibração
Não existe nenhum verso lá fora.
Encontrar no olhar dela,
o que é mesmo que procuro?
Talvez a luz seja ela
ilumina meu céu escuro.
Fecho os olhos bem forte,
nada mudou, ou eu que não mudei?
Viver, amar, tentar minha sorte...
Como posso se nada sei?
Surreal, e o que eu quero
Choque, sem espreitar a realidade
O trem partiu, aqui eu espero
O medo, tão pouca claridade
Embriagar-se de amor,
Morrer de saudade,
Querer, impor
Súbita conveniência ou vaidade?
É tão incerto,
o poema esta acabando?
E isso que chama ser esperto?
Os sonhos estão se afastando...
Sem voz, sem corneta
Traço com a mente
O destino sem pena ou caneta
O que é mesmo que sente?
Escutava uma canção,
fugi do passado agora...
Ganhei, respirei certa exatidão
Existiu um soneto lá fora?
Encontrei no meu olhar,
motivos que rodopiam com o vento
O que poderei esperar,
iluminado, despertado por seu movimento.
Abro os olhos, não vejo
Vejo o imaginário
Movimentar o desejo
Marcado na parede, no calendário.
Mudar, e o que quero
Ocupar, o culpado
Aquela que parti, eu espero
O despertar, o ser amado.
Sóbrio de sentimento,
Nascendo da conciliação,
A prosa desse momento,
Demora dos ouvidos ao coração.
Pode ser certeza,
O que vejo é o começo?
São valores e pouca beleza
Aquilo que trago do berço.
A flauta, a voz e o rosto
Apagam aquilo tudo que sente
Inconsciente da falta, o desgosto
O que é isto em minha mente?
Chega ao fim a canção,
não fugirei do presente...
O sufoco, o respirar, a inspiração
Não esta lá fora, nem esta ausente.
A nossa troca de olhar,
devaneios a rodopiar com as folhas.
Esperar a vida sem me desesperar
Da luz a cor, do sabão as bolhas.
Piscar, bocejar, dormir
Perco o medo...
Ela novamente a sorrir
Acordarei amanhã cedo...
Mudança? Foram adaptações,
As coisas que sei amar,
foram dos sonhos imaginações
e motivações para continuar.
Nova cena, palpitação, confiança
Era assim que estava escrito
Na palavra da infante criança
Sem escolha, não será dito.
Duvida, fim da melodia
Vejo apenas o texto,
O riso daquela que sorria,
O rumo daquele contexto.
Festejar, o que sente?
Resposta, o sofrer de amar.
Descobrir, o que passa na mente?
Agora, é o usufruto do sonhar...
Vinicius Arnom Neves Diniz