terça-feira, 6 de março de 2012

Caminhando sempre...

Incrível como pode funcionar essa historia de empatia... Podemos demorar anos para conhecer um pouco sobre uma pessoa, mas em alguns momentos encontramos uma pessoa e é necessário apenas alguns instantes para que seja possível capturar sua essência.
Está mais do que claro de que as pessoas são diferentes uma das outras e cada uma possui um grau de sinceridade e clareza em mostrar seus sentimentos. Não que uma coisa esteja intimamente ligada a outra.
É possivel encontrar uma pessoa dificil de ler os sentimentos e infinitamente sincera, bem como uma pessoa que demonstra seus sentimentos e infinitamente falsa.

Demonstrar sentimentos é uma arte; para os sinceros é uma arte de coragem, liberdade e entrega, no caso dos falsos é uma arte de mascarar e ludibriar.
Verdadeiramente estamos cercados por artistas em nossas vidas, sejam eles artistas para o bem ou para o mal. A batalha é tentar reconhecê-los, decifrá-los, e dessa batalha ninguém pode escapar.
Trata-se de uma batalha de reconhecimento... não apenas do mundo que nos cerca, como de nós mesmos.
Infelizmente, não existe atalho para estes momento, não existem formulas ou certezas, para cada um acontece de uma forma.

O importante é que isso nos revela o quanto estamos realmente vivendo e descobrindo, e o que nos resta a aprender. E está e a opornidade que não devemos perder.
Não devemos deixar que o que já alcançamos nos suba a cabeça e nos faça esquecer que sempre temos uma longa estrada pela frente, lugares para ver, pessoas para conhecer e muito a aprender.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Deleite

Provar, comer, deliciar
a inconstância do amar
tal como um desejo
o anseio, um ensaio
o preparo e o contar.
Contar de grãos e notas,
um solfejo.

O soar do sino
toca, entoa o apito
do preto velho, o pito.
Põe-se a mesa
e lambe os dedos
melados de sobremesa.

Coma o meu poema!

Dê-me um papel
e uma caneta
Para me servir de mamadeira,
pano e chupeta
Para enganar a falta de teta
Da negra ama, o leite
Ama-me com toque de azeite
e faça do sabor o aceite,
como o derreter de um sorvete.

Coma o meu poema!

Instigue, agite...
Mastigue, degluta e regurgite
o verso cantado,
surrado, sussurrado,
amaciado e entoado
que faz o mal
estar, o mal falado
e o mal dito, o dito
pelo não dito

E dito a receita
daquele que na porta
de maneira torta
espreita a cozinheira
preparar faceira
a sopa, a canja, o caldo
servido como um respaldo.

Coma o meu poema!

Pegue com a mão
lambuze uma fatia de pão
rasgue com os dentes
famintos, carentes

Porque ao poeta também
falta inspiração,
sem nenhuma educação
para pedir desculpa ou
licença, licença poética
à medida, à métrica
ao estilo e à estética...
Clássicas, são patéticas,
são apenas colher de chá.

Coma o meu poema!

Garnido, flambado no vinho
de refinadas uvas
que harmonizam caindo como luvas
ao estômago, ao intestino e a estrofe
picadinha e cremosa como estrogonofe

De palavras douradas,
Fritas, torradas, passadas,
amassadas, assadas,
ardentes em brasa
com fogo que embasa
o calor sem temperatura
do amor da empanturrada criatura
que a lua, as rosas e o clichê atura
Sem deixar do ponto passar a fervura
das rimas que borbulham, banqueteiam
e sem perceber as línguas queimam.

Coma o meu poema!

Embriague-se, coma
embebede-se e entre em coma
com o alto teor de essência de baunilha
como cão fugido da matilha
que o rango da padaria
espia, espia até que a vontade esfria.

Coma a ânsia, ânsia
ânsia que enfarta,
farta de ritmo e de poema, poema?

Coma o meu poema!

Como a entrada, até a conta paga
sem se dar conta, o cafezinho
alheio, ali vizinho
fecha a tarde, a manhã
com manteiga o quente pãozinho
Que poderia descrever e escrever e comer
dia e noite, noite e dia
um novo prato, uma nova poesia.

Coma o meu poema!

Coma o risoto riso ao dente
com cabelo de anjo sorridente
Como arroz, arroz e feijão
feijão, feijão e arroz
dos escritores e outros autores
a sede, sede e fome
fome, fome e sede
de um cale-se a boca, cabeça de cabaça;
de um cálice e uma meia taça.

Coma o meu poema!

Com um gole, sem gorjeta
do gorjear de frango à passarinho
declamando com uma maça na boca
no meu ninho, desde pequeninho, o dilema;
Sem jantar o almoço agora, por hora.

Coma o meu poema!


Vinicius Arnom

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Quando dá certo... o lado bom...

Não é segredo o fato de sermos movidos por metas, sonhos, objetivos... temos liberdade de chamar do modo que desejarmos. O fato é que precisamos visualizar algo ao longe e desejar alcançá-lo para efetivamente nos movermos.
Existem muitas diferenças entre viver e existir.
Um dos maiores fatores é este, se nos mantemos em movimento de acordo com nossas escolhas e anseios ou se deixamos que nossa vida tome rumos escolhidos por outros ou pela circunstâncias.
O conceito é interessante e bastante trabalhado. Durante toda nossa vida, ouvimos sobre a importância de ter objetivos e sonhos, estipular metas e planejar como alcançá-los. Seja por escolha ou não, acabamos condicionados a isto, condicionados a lutar para alcançar.
O interessante disso é que em alguns momentos não estamos preparados para conseguir aquilo pelo que lutamos.
Traçamos um plano para alcançar um objetivo e nos dedicamos a isto com toda nossa vontade, porem no momento em que alcançamos tal objetivo, nos sentimos estranhos por não estar mais lutando e em alguns momentos não sabemos o que fazer com tão esperado prêmio. Essa parte não estava prevista em nosso planejamento.
Possuiamos "planos B", "planos C", "planos D", enfim uma infinidade de alternativas em casos de frustração, mas não temos nem um "plano A" para o caso do sucesso.
É importante nos prepararmos para o lado bom da vida também, para evitar que passemos a vida em meio a luta e não vejamos as coisas boas que nos são ofertadas, coisas boas que alcançamos.
Pode parecer cliche, conto da carochinha, mas sempre é possível encontrarmos algo de bom nas situações de nossa vida. Por maiores que sejam as dificuldades e os desafios, eles sempre nos possibilitam descobrir e/ou aproveitar aspectos bons de nossas realidades. Precisamos estar atentos a isto.
Tal como qualquer tipo de oportunidade, as chances de aproveitar as coisas boas nos é ofertado muitas vezes sem nenhum aviso e se não estivermos com os olhos bem abertos, conscientes do que nos cerca, fatalmente as ignoraremos e nem sempre teremos tais chances novamente.
O sol nasce para todos e eventualmente todos temos nossas oportunidades, a partir daí, ser ou não ser feliz e realizado trata-se de uma questão de escolha e esforço.

"Apenas aqueles que não esperam da sorte ou do acaso são donos de seu destino."

terça-feira, 8 de março de 2011

Mudanças...

É incrível quando paramos para pensar no conceito de mudança, transformação.
Estamos sempre cercados por elas e passando por elas, independente de nossos desejos, anseios, preparações e decisões.
As mudanças ocorrem e precisamos aprender a lidar com elas.

Uma simples decisão pode ser o gatilho de tantas mudanças que quando menos esperamos estamos nos afogando nelas. Isso nos dá uma nova visão - ou noção - do conceito mutável.

Decidir por viver em outro estado, aceitar um emprego que suga mais do seu tempo, não ousar em algo, deixar de ir a algum lugar, permitir que o cansaço tem subjugue, são ações que podem ser consideradas pequenas ou grandes, importante ou supérfulas, mas ainda assim pode mudar uma grande parte de nossas vidas, historias e realidades.
Uma amizade que se distancia, um amor que se desgasta, um sonho que se perde, um sorriso que não volta, uma experiência que não se tem, um olhar que não se encontra, uma paisagem que não se admira... mudanças e mais mudanças.

Em determinado momento de nossas vidas chegamos a um estagio onde desejamos acreditar que temos o controle, que podemos seguir nossa vontade e que o universo fará o mesmo, que somos invencíveis... Ah! Como o ser humano pode ser tolo e se permitir enganar a si mesmo, compramos uma ilusão por que ela nos apraz e vivemos nela ou com ela até que determinada situação abra nossos olhos e nos force a entender que nem tudo é como imaginamos ou queremos, na verdade quase nada é assim.

Onde está a beleza da vida, a beleza do livre arbítrio se sempre temos interferências no modo em que decidimos viver?
Eu digo que a beleza da vida está na capacidade de viver a eternidade em um segundo, um dia, uma hora, um minuto de cada vez. Apreciando o que temos em volta, o que recebemos muitas vezes sem merecer, o que sentimos, o que podemos compartilhar e o mais importante com quem podemos compartilhar.
A beleza da vida está em viver, em aprender a fazer isso a cada momento.

''Quem espera que a vida seja feita de ilusão pode até ficar maluco ou morrer na solidão.
É preciso ter cuidado pra mais tarde não sofrer.
É preciso saber viver..."

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O que faz valer estar vivo?

"O que realmente faz valer a pena estar vivo não há filmadora ou máquina fotográfica que registre. Surpresas, gargalhadas, lágrimas, enfim, o que eu sinto, quem eu sou, você só vai perceber quando olhar nos meus olhos, ou melhor, além deles. " 

Melina Sacia Isa