sábado, 13 de fevereiro de 2010

Sorriso

O seu sorriso acompanha o meu
O seu olhar conquista
E somente quero pensar no riso seu

Musa será por mim bem quista
A sua presença me faz transbordar de alegria
A ponto de escrever esta poesia

Por que mexeu com meu coração seu olhar?

Acho que isso é da primeira vista o amar!

 

Vinicius Arnom Neves Diniz

Agora

Escuto uma canção,
fujo do futuro agora...
Perco, sufoco a confusa vibração
Não existe nenhum verso lá fora.

Encontrar no olhar dela,
o que é mesmo que procuro?
Talvez a luz seja ela
ilumina meu céu escuro.

Fecho os olhos bem forte,
nada mudou, ou eu que não mudei?
Viver, amar, tentar minha sorte...
Como posso se nada sei?

Surreal, e o que eu quero
Choque, sem espreitar a realidade
O trem partiu, aqui eu espero
O medo, tão pouca claridade

Embriagar-se de amor,
Morrer de saudade,
Querer, impor
Súbita conveniência ou vaidade?

É tão incerto,
o poema esta acabando?
E isso que chama ser esperto?
Os sonhos estão se afastando...

Sem voz, sem corneta
Traço com a mente
O destino sem pena ou caneta
O que é mesmo que sente?

Escutava uma canção,
fugi do passado agora...
Ganhei, respirei certa exatidão
Existiu um soneto lá fora?

Encontrei no meu olhar,
motivos que rodopiam com o vento
O que poderei esperar,
iluminado, despertado por seu movimento.

Abro os olhos, não vejo
Vejo o imaginário
Movimentar o desejo
Marcado na parede, no calendário.

Mudar, e o que quero
Ocupar, o culpado
Aquela que parti, eu espero
O despertar, o ser amado.

Sóbrio de sentimento,
Nascendo da conciliação,
A prosa desse momento,
Demora dos ouvidos ao coração.

Pode ser certeza,
O que vejo é o começo?
São valores e pouca beleza
Aquilo que trago do berço.

A flauta, a voz e o rosto
Apagam aquilo tudo que sente
Inconsciente da falta, o desgosto
O que é isto em minha mente?

Chega ao fim a canção,
não fugirei do presente...
O sufoco, o respirar, a inspiração
Não esta lá fora, nem esta ausente.

A nossa troca de olhar,
devaneios a rodopiar com as folhas.
Esperar a vida sem me desesperar
Da luz a cor, do sabão as bolhas.

Piscar, bocejar, dormir
Perco o medo...
Ela novamente a sorrir
Acordarei amanhã cedo...

Mudança? Foram adaptações,
As coisas que sei amar,
foram dos sonhos imaginações
e motivações para continuar.

Nova cena, palpitação, confiança
Era assim que estava escrito
Na palavra da infante criança
Sem escolha, não será dito.

Duvida, fim da melodia
Vejo apenas o texto,
O riso daquela que sorria,
O rumo daquele contexto.

Festejar, o que sente?
Resposta, o sofrer de amar.
Descobrir, o que passa na mente?
Agora, é o usufruto do sonhar...

 

Vinicius Arnom Neves Diniz

Desenlace

O tempo passou,
O olhar se perdeu,
O castelo desmoronou,
E seu amor não é mais meu

Não existem mais as flores,
Não existe mais a promessa,
Não existem mais as cores,
Não existe mais do futuro a pressa.

Aprenda a não pronunciar
O que não tem certeza...
Aprenda que o amar
Não consiste só na beleza.

Onde existe algo perfeito
Duvide a qualquer momento.
Desse modo não será passado e despeito
E restará apenas seu lúcido pensamento.

Curadas serão as cicatrizes
Mas as lembranças existirão,
Pois essas são as verdadeiras atrizes
Daquilo que não foi somente paixão.

O coração é porta
Porta que não irá se fechar
Pois um novo amor comporta
E buscará outro olhar...

Foi apenas mais um poema,
Um soneto talvez!?
Mas já acabou todo o meu dilema
Escreverei um indriso da próxima vez.

Porém, não se arrependa
Viva, sofra, ame, seja feliz...
Encontre uma inspiração que compreenda
Então o que me diz?

O amor é sempre intenso
Entretanto a dor chegou ao fim
E o término nunca é extenso
Já encontrei nova musa para mim...

 

Vinicius Arnom Neves Diniz

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O Cajado dos Escorpiões Negros

Palavras vans,
promessas de sua doença.
Rota de fuga ou carrossel,
qual o poder de sua crença?

Diria ardilosa
façanha algoz
Destemida a peçonhenta mosca azul
talvez intrigante ou mais feroz.

Bicho sem arrimo, colarinho neve
Coagula sentimentos a seu querer
nula escrúpulos, vazio espírito
vaga atrás do níquel verde, poder.

Palheta branca, escorpiões negros
Demagogia de lábia caliente
Voraz, inconstante, instável
Qual seria a voz do onipotente?

Como extinguir audaz,
Não disponho de tal conhecimento.
De desafio ao sagrado,
implora perdão sem armamento.

Se os últimos serão os primeiros,
transponha força mutua.
Aquele que agora não cultua.

Pretensiosos, agora não de bom tom
bancam Da Vinci contemporâneo, infante.
Antítese de O Príncipe maquiavélico.
Causa cética, irrelevante.

Qual o seu mal?
Creio que não fita.
Ser complexo, inexplicável, implacável.
Pretérito jamais cita.
Lótus, zéfiro, orvalho absinto
Combustão d’alma
mente que abruma
escraviza, ressarci, emancipa
afoga e consome a calma.

De mesmo teor, rancor
Faz sua translação e rotação
Embriaga, embebeda-se do vigor
Dos povos cria intercessor
Não vem a ser da criação, negociação
porém de sua própria maldição.

Cajados da “democratura”
Juízo interior capcioso
Apocalipse não geomantico
Dita à sentença, não é réu.
Perde a boêmia e paladar romântico
De si próprio, não é bedel.

Paira a voz ao palanque.
Utopia greco-romana.
Involuntária,
nunca filosófica ou dialética,
somente humana.

Confiança, promessa, voto, propina
Concessão e arrependimento.
Réstia de olhar critico
Não é montante assaz ao capital
Corrupto corrompido, minorado político.

Mártir fadigado,
Não há faixa, manto.
Não há cetro ou coroa!
Descarte a última cédula,
Um pássaro que voa...
Será que fomos ou foi herói?
O manifesto, o clamor
da busca onde ecoa...

Não seja verso, paixão
Crítica ou dizer...
Apenas,
O que queira entender!

 

Vinicius Arnom Neves Diniz

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Quando estamos sós...

Solidão é algo difícil de se explicar, entender, suportar e vivenciar.

Não estar na companhia de outras pessoas, não significa estarmos sós: e a reciproca também é verdadeira.

Diversas vezes buscamos estar longe das pessoas, por diversos motivos: refletir, se acalmar, se concentrar, ler, ouvir musicas, compor, escrever, extravazar emoções ou até mesmo para simplesmente aproveitarmos nossa própria companhia.

Enfim cada pessoa tem seu motivo para se isolar. Isso não é errado, Marques de Vauvenargues, um soldado e moralista francês, até escreveu algo sobre isso, que dizia:
A solidão é para a alma. o que o jejum é para o corpo:
fatal se for prolongado, mas necessário de vez em quando.

Qualquer um é capaz de notar a verdade por detrás destas palavras, mas desejo falar de uma solidão mais nociva, aquela que nos encontra em meio a uma multidão.
Talvez você que está lendo seja um afortunado que nunca passou por isso, mas acredito que a maioria não seja.
Existem momentos em nossas vidas nos quais não importa quanto ou quem está nos acompanhando, pois em nossos corações. em nossas mentes, nossas almas nos sentimos sozinhos.
Existe algo de assustador em passarmos por este momento. "Olharmos para o lado" e não encontrarmos ninguém ao nosso lado, ninguém capaz de nos entender.
Posso dizer que este é o momento propicio para profundas reflexões, de analisarmos quem somos realmente, sem a interferência dos outros, sem a necessidade de provar algo a alguém.
É o momento de analisarmos se estarmos em companhia de nós mesmos é o suficiente para exortar nossa vida.
Se não, talvez tenha chegado o momento da mudança; se sim, a melhor estratégia é a paciência.
A vida é composta de altos e baixos, vivemos em uma roda gigante. A comparação pode ser fraca e cliché, mas não deixa de ilustrar a realidade.
A maneira pela qual passamos pelas dificuldades diz muito sobre nós, como somos, do que somos feitos e até onde podemos chegar.
Desistirmos ou nos deprimirmos na primeira oportunidade jamais será um bom sinal, assim como avançarmos sem planejamento ou cuidado. Tudo na vida deve ser o mais equilibrado possível.
Como diz um dito popular, que vale para muitos momentos da vida: "Tudo o que é demais, tem sobra."

Uma dica segura para passar pela maioria dos momentos ruins, é saber apreciar as pequenas belezas da vida, os pequenos milagres e agradecer por eles, pela chance de compartilhá-los ou apenas por tomar conciência deles.
Não importa a quem ou ao o que você irá agradecer, apenas seja grato pelos pequenas coisas: um dia bonito, as belezas da natureza, as demonstrações sinceras de afeto, o discernimento de saber reconhecê-las, a vida dos que você ama, a liberdade que você usufrui, enfim uma quantidade e variedade absurda de coisas.

Não digo para que se torne o maior dos otimistas, longe de mim. Todos somos, quem somos.
Mas, ser realista, por exemplo, não pode nos negar a ver o lado belo da vida.

Busque a felicidade onde você está e lute por ela com as armas que você dispõe, sem visar ferir ninguém no processo. Não desista e vença a solidão e os demais obstáculos da vida.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Não somos ilhas

Nenhum homem é uma ilha, logo o ser humano precisa se relacionar, não necessariamente no sentido amoroso.

Mas, o quão desesperadora a busca por um relacionamento pode se tornar...

A capacidade criativa do ser humano faz com que ele, muitas vezes, idealize como será, quais serão os pontos positivos, os melhores momentos e até mesmo as dificuldades, esquecendo-se de que haverá um outro alguém envolvido na situação, que como ele possui suas próprias limitações e expectativas.

É basicamente impossível embarcar em um relacionamento (seja ele de qual tipo for) sem nenhuma expectativa, até porque sem expectativa o relacionamento nem é iniciado, o que se deve evitar é o acumulo das mesmas. Pode-se perceber estar indo longe demais quando as expectativas chegam a detalhes ou a coisas que, SE chegarem a acontecer, irão demorar (o 1º aniversário de namoro, noivado ou casamento, por exemplo).

Criar expectativas em excesso em qualquer relacionamento é a chave para o sofrimento. Pois, no fim, a pessoa acaba se convencendo de estar se relacionando com a pessoa dos sonhos, quando na verdade o esta fazendo com alguém real.

A solução é deixar as expectativas um pouco de lado e não temer se arriscar ou se lançar no "desconhecido", pois neste caso o medo de sofrer pode acabar causando ainda mais sofrimento.

Vista-se de coragem e aproveite a realidade de seus relacionamentos em sua plenitude; os risos e as lágrimas, a calmaria e a tempestade, os beijos e os "tapas", as juras de amor e os gritos de fúria. Viva um dia de cada vez e o aproveite.

Tudo isso faz parte dos relacionamentos. Tudo isso faz parte da vida.

Independente das crenças individuais de para onde iremos ao fim de nossas vidas, devemos aproveitá-las ao máximo.

Se não houver situações difíceis em nosso caminho, não saberemos apreciar as alegrias e as belezas dele.

A vocês que leram até aqui, meu:
Carpe diem!